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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CEARÁ - GOVERNO REDUZ VAZÃO PARA A CAGECE

Foto: Divulgação/DN
Governo diz que já há racionamento de água "em termos de disponibilidade da oferta", que foi reduzida.
Os quatro anos consecutivos de seca causaram inúmeros transtornos, sobretudo ao Interior do Estado. Com a informação quase certa de que o Ceará terá mais um ano de estiagem, algumas medidas vêm sendo tomadas pelo Governo Estadual, entre elas, a redução da vazão de água para a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) em 11,7%. A média de escoamento, que antes era de 8,5 m³ de água por segundo, caiu para 7,5m³ de água por segundo. Na Capital, a redução foi de 10%.
"Em termos de disponibilidade de oferta, já estamos racionando", afirma o secretário Francisco Teixeira, titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH).
A medida, acrescenta o gestor, tem como objetivo evitar que a Capital e a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) tenham de se submeter à manobra de só ter água durante alguns dias da semana. Em todo o Ceará, 33 cidades já fazem racionamento.
Na parte de uso produtivo, o titular da Secretaria de Recursos Hídricos informa que a economia é de pelo menos 30% em relação ao que foi utilizado no ano passado. Na Região Metropolitana, a oferta também é menor do que em anos anteriores.
"Estamos ofertando o mínimo possível. A água é um bem finito, então a gente tem que administrar para evitar racionamento com manobras radicais, como teve em São Paulo. Se a população contribuir, a gente vai conseguir chegar, mesmo com pouca recarga, na próxima quadra chuvosa, até setembro do ano que vem, sem racionamento", assegura. O gestor reforça que é preciso trabalhar a economia de água, mas não descarta, caso seja necessário, tomar medidas mais bruscas. Por enquanto, ele diz que a situação é considerada sob controle.
"Temos uma estação chuvosa pela frente. Tudo indica que será irregular, o que não quer dizer que não vai chover nada. Qualquer recarga de água será aproveitada", garante Teixeira. Em Fortaleza e na Região Metropolitana, o secretário esclarece que o fornecimento é feito integrado ao Jaguaribe, formado pelos açudes Orós, Castanhão e Banabuiú. "Sem isso, Fortaleza já podia estar sem água desde maio de 2012". Dos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 123 estão com volumes abaixo de 30% e 15,2% da capacidade total de armazenamento, de 18.813,0 hm³ .
Enquanto isso, o prognóstico da próxima quadra chuvosa da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) vai ser antecipado. Em vez de janeiro, como geralmente ocorre, o anúncio sairá na segunda quinzena de dezembro.
Antes mesmo da divulgação oficial, o órgão informa que é alta a chance de o Ceará ter o quinto ano consecutivo de seca. Isso porque o El Niño tem 97% de probabilidade de continuar no Estado. "O fenômeno está muito bem definido e intenso, ocupando grande extensão do Oceano Pacífico", ressalta Raul Fritz, supervisor da Unidade de Tempo e Clima do Núcleo de Meteorologia da Funceme.
O especialista explica que o fenômeno tem capacidade de interferir na qualidade da estação chuvosa. Para agravar a situação, o Estado corre o risco de ter uma seca mais severa do que dos anos anteriores. Fritz acrescenta que a última vez que o fenômeno esteve tão intenso foi em 1998, quando choveu apenas 242 milímetros em todo o Estado - 60% abaixo da média. "A situação do El Niño é bem parecia com a daquele ano, por isso, a nossa preocupação. Se chover próximo a essa quantia, a recarga dos açudes vai ser mínima", salienta. Neste ano, o normal seria chover 607 milímetros. Porém, as precipitações foram de 419 milímetros - 31% abaixo da média.
Outra particularidade do Estado é a variação das chuvas de uma região para outra. Se chover bem no litoral, como aconteceu neste ano, a recarga dos açudes é pequena, garantindo pouca água para os reservatórios mais importantes: Orós, Castanhão e Banabuiú.
Setor industrial
A possível continuidade da estiagem severa em 2016 também é motivo de debate na área industrial e de irrigação do Ceará. Ontem, na reunião de diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o presidente da entidade, Beto Studart, sinalizou a preocupação do setor. "Estarmos retardando o lançamento de qualquer unidade fabril devido a essa situação é um fato relevante. Se racionarmos, o nível de investimento da indústria vai diminuir", ressaltou.
Presente na reunião, o titular da SRH, Francisco Teixeira, destacou que o Governo estuda restrições do uso da água para a agropecuária, e a meta hoje é reduzir em 50% a utilização nestes setores produtivos. Ele disse ainda que, recentemente, o Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (Conerh) suspendeu a concessão de novas outorgas do uso de água para irrigação, justamente devido a este cenário de crise. Leia mais no Regional.

Fonte: Diário do Nordeste

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