Felicidade.

Feliz é o homem que teme ao Senhor.



Publicação:

domingo, 12 de julho de 2015

INVASÃO DE TERRA - FALSO ASSESSOR PARLAMENTAR É PRESO APÓS EXTORSÃO NO CE

Foto: JL Rosa/DN
Homem exigiu à vítima pagamento de R$ 40 mil para atuar na remoção de ocupantes de terra na Grande Messejana.
Um acadêmico em Direito foi preso no Centro de Fortaleza após extorquir um empresário na Capital. O homem se passava por assessor parlamentar de políticos influentes e se aproximou da vítima na tentativa de intermediar a retirada de ocupantes de um terreno. Ele exigiu R$ 40 mil da vítima.
Conforme a Polícia, o suspeito negou todas as acusações e alegou que buscava apenas "promover a paz". Contudo, mensagens de celular, segundo os investigadores, confirmam o crime praticado. Francisco Roberto Alves Pinho, 33, foi preso em flagrante com R$ 10 mil em espécie, dinheiro que havia acabado de receber do empresário.
Junto do dinheiro, a Polícia também encontrou uma carteira de juiz arbitral e um botom da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.
A reportagem opta por não citar os nomes dos deputados que o homem usou no golpe, uma vez que, conforme a Polícia, o suspeito não possuía relação nenhuma com os políticos.
Invasão
O empresário, de identidade preservada, vinha há algum tempo lutando na Justiça para reaver a posse de um terreno, localizado no bairro Barroso, Grande Messejana, em Fortaleza. O local foi invadido e as pessoas não queriam deixar a terra.
Após diversas batalhas judiciais, o homem teve a posse reintegrada, mas os invasores resistiam em permanecer no terreno. Diante do impasse, entra em cena Francisco Roberto. Ele se diz assessor parlamentar de deputados influentes no cenário político estadual e afirma que poderia conquistar o apoio dos políticos na questão, segundo informou o delegado titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Jaime Paula Pessoa Linhares.
"O autuado se apresentou à vítima dizendo que era assessor parlamentar de deputados influentes e que existia um desejo de alguns parlamentares do acontecimento dessa invasão, mas ele, caso fosse pago, teria como impedir. Sem a ação dele, as pessoas iriam invadir o terreno. Disse ainda que tinha influência perante os líderes da invasão e exigiu, para que a invasão não acontecesse, a importância de R$ 40 mil. Fazia uma semana que ele vinha cobrando da vítima a importância", afirmou o delegado titular da DDF.
Em depoimento, o empresário explicou que combinou o pagamento parcelado do valor cobrado para evitar que a ameaça de invasão se concretizasse.
"Na quinta-feira (8), a vítima acertou em dar R$ 10 mil, e os outros R$ 30 mil daria posteriormente, com receio de haver a invasão. Quando nós o prendemos, ele estava com a quantia", relatou Linhares.
Mensagens
O delegado relatou como indício forte do crime de extorsão mensagens de celular trocadas entre o autuado e a vítima.
"Doutor Fulano (nome omitido), boa noite. Para ser franco, estou no limite. Ligaram agora de lá falando um caminhão de blá-blá-blá e acabei de marcar com três lideranças do movimento em um lugar na (Avenida) Washington Soares. Confesso que não sei mais o que falar. Se essas pessoas chegassem em um acordo, você acabava com o movimento. O candidato (deputado) conta com esses três que estão indo e tem dois que já me confidenciaram que não confiam no candidato. Manda o teu pessoal sair hoje pois a conversa aqui não está boa", diziam trechos das conversas.
"Nas mensagens entre ele e a vítima, insinua que vão invadir o local. O Francisco Roberto alegava que ia conseguir um acordo para isso não ocorrer como se ele tivesse controle das lideranças da invasão", comentou o presidente do inquérito.
Filantropo
Ao ser levado à presença do delegado, o autuado negou as acusações. Conforme Jaime Paula Pessoa Linhares, o suspeito afirmou que buscava evitar o conflito e disse não buscar qualquer vantagem financeira na intermediação.
Segundo o depoimento, a filantropia do homem era tamanha ao ponto de ele dizer estar disposto a distribuir o dinheiro recebido do empresário entre os que invadiam o terreno.
"Ele alega que o dinheiro que estava recebendo era para devolver aos invasores, que pagaram um advogado que ele tinha conseguido para entrar com ação para retomar o terreno. Ele advogava para os caras e depois deixou de advogar. Disse que não ia ganhar nada, era só para promover a paz", relatou.
Para o delegado, esta declaração deixa claro o intuito da extorsão argumentado no inquérito instaurado. "O autuado disse que o dinheiro era para devolver aos invasores. Isso não existe. Configura a extorsão quando ele diz que estava intermediando a contratação de um advogado para os invasores, e agora para deixar de intermediar, precisava devolver o dinheiro recebido. E o empresário é quem estava pagando", explicou.
Ao delegado, Francisco Roberto negou ter dito ser assessor parlamentar. Quanto à carteira de juiz, ele disse ter tirado o documento na internet e que não o apresentava pois a função não está regulamentada ainda.
Levi de Freitas
Repórter.

Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Diário do Nordeste

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