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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

RIO - 'NINGUÉM SOME COMO FUMAÇA', DIZ MÃE DE SUMIDA AO IR ABORTAR

Foto: Reprodução/TV Globo/G1
Cartão de visitas com telefones indicava clínica desativada há 2 anos.
Mãe da jovem afirma que ela queria abortar por medo de perder o emprego.
"Ninguém some como fumaça", disse a mãe de Jandira Magalena dos Santos, de 27 anos, que está desaparecida desde o dia 26 de julho, após ser levada para fazer um aborto na Zona Oeste do Rio. Maria Ângela Magdalena dos Santos afirmou ao G1 nesta quinta-feira (4) que tem concentrado seus pensamentos em ter esperanças de encontrar a filha viva.
“Antes de ela embarcar no carro, eu falei por rádio que não queria que ela fizesse o aborto, pedi para ela voltar, e ela disse que não dava pra ter o bebê. Ela estava muito nervosa, já não comia, não dormia direito. Ela sempre foi uma menina muito vaidosa e já nem se maquiava para trabalhar. Estava definhando pouco a pouco”, contou a mãe.

Maria Ângela fez o registro do desaparecimento na 35ª DP (Campo Grande) na última quinta-feira (28), 48 horas após o sumiço de Jandira. Segundo ela, a amiga que teria indicado a clínica para a filha afirmou que o local era seguro e que uma outra amiga havia realizado o procedimento no local. A jovem levou R$ 4,5 mil em espécie para pagar pelo procedimento.
“A amiga disse que tratavam as pessoas bem lá, que era 100%, que era uma pessoa especializada, que seria uma coisa de minutos e ela viria pra casa direitinho. Ela estava com medo quando foi, mas não foi com medo de ser assaltada, de ser morta, nada.”
Cartão
De acordo com Maria Ângela, Jandira se comunicou por duas semanas com uma mulher que se denominava "doutora Rose". A mulher é Rosemere Aparecida Ferreira, que já foi presa pela prática de aborto pelo menos uma vez. Um cartão com o endereço de uma clínica onde essa suposta médica atendia foi enviado através de mensagem de texto para o celular de Jandira, que ela deixou em casa com a mãe.
A irmã de Jandira, Joyce Liane, afirmou que foi até o local indicado no cartão, uma casa em Bonsucesso, no Subúrbio, e teve notícias de que ali realmente existiu uma clínica, mas foi fechada há dois anos. “Eu estive lá nesse local e os funcionários que trabalham na rua me disseram que ali tinha uma clínica de aborto que foi desativada há 2 anos e todo mundo foi preso. A única coisa que encontrei no local foi uma placa de 'alugo'", contou Joyce.
Investigações em andamento
Segundo nota da polícia, as investigações estão em andamento e os agentes fazem diligências para encontrar a gestante. De acordo com familiares, na terça, Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27 anos, entrou em um carro branco, no terminal rodoviário de Campo Grande, supostamente para ser levada a uma clínica para realizar o procedimento cirúrgico, mas nunca mais apareceu.
Leandro Brito Reis, ex-marido de Jandira, foi quem a levou até o terminal rodoviário e foi última pessoa da família a vê-la, por volta das 10h. Segundo ele, a mulher, grávida de quatro meses, estava apreensiva com a operação e pediu que ele a acompanhasse até o local marcado pelos funcionários da clínica.
“Ela se envolveu com um homem, engravidou e queria tirar. Quem indicou a clínica foi uma amiga dela de infância, que disse que uma outra amiga, que teria feito um aborto nesse mesmo lugar, tinha sido muito bem tratada", explicou ele.
Veículo com placa adulterada
Leandro contou que, quando os dois chegaram ao ponto de encontro, viram outras duas mulheres, aparentemente grávidas, esperando pela condução até a clínica de aborto. Depois de um tempo de espera, o veículo que levaria as mulheres chegou, com uma mulher loira ao volante. A primeira desconfiança dele foi a placa do carro, que estava com números e letras irreconhecíveis.
“Era um gol branco, quatro portas. Eu cheguei a falar com a mulher que dirigia, perguntei se ia demorar muito. Ela disse: ‘Depende muito do caso, a gente vai devolver ela no mesmo ponto de encontro’. Eu fiquei esperando até as 17h ali e ninguém apareceu”, disse.
O ex-marido relatou que o carro só deixou o terminal depois que ele também simulou sair do local. Segundo Leandro, Jandira deixou o telefone celular em casa, que inclusive contém o registro das conversas com a mulher que negociou o aborto, identificada como doutora Rose. Na ocasião do desaparecimento, a gestante levou apenas o rádio comunicador. Pouco depois da ação, Leandro recebeu uma mensagem de Jandira.
“Ela disse que eles [funcionários da clínica] mandaram ela desligar o rádio, que estava desesperada, e pediu para orar por ela. Desde então não conseguimos mais contato. Fomos em dois hospitais e nada. A mãe dela está muito preocupada”, contou.
Mãe de duas meninas
O caso é investigado pela 35ª DP (Campo Grande). Policiais da delegacia informaram que vão pedir as imagens de câmeras de segurança do entorno do terminal para tentar identificar a mulher que levou as gestantes para a suposta clínica.

Fonte: G1 RJ
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Fotos: Reprodução/Facebook/Arquivo Pessoal/G1

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