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quarta-feira, 22 de junho de 2016

CHIKUNGUNYA - LONGA FASE DE DOR AFETA PACIENTES

Foto: Divulgação/DN
Médicos alertam sobre cuidados na extensa quantidade de remédios usados para tentar reduzir o incômodo.
Quarenta dias após ser diagnosticada com chikungunya a administradora Isadora Moreira Gomes, 25, continua com as articulações afetadas. Problema semelhante ao da aposentada Luiza Ferreira Freitas, de 86 anos. Ombros, braços, pernas, tornozelos, pulsos e dedos comprometidos. Dores que se prolongam e afetam as atividades diárias. Médicos infectologistas de Fortaleza alertam que a situação preocupa tanto pelos danos que as dores causam, como pelos efeitos colaterais que podem ocorrer devido ao acentuado uso de anti-inflamatórios pelos pacientes para tentar contê-las.

"Hoje eu não consegui tirar minha blusa sozinha porque não consegui fazer o movimento", conta Isadora. No decorrer dos últimos dias, as dores, de acordo com ela, persistem embora a fase aguda da chikungunya já tenha passado. "Entre o mês passado e agora, eu fui ao hospital quatro vezes. Eu já tomei anti-inflamatórios até na veia, por causa das dores", relata. Analgésicos, como dipirona, foram indicados durante o tratamento, mas, Isadora diz que, em seu caso surtiram pouco efeito.
Já para a aposentada Luiza Ferreira Freitas, os analgésicos "dão resultado", mas é preciso tomá-los quase que diariamente. Com o diagnóstico de chikungunya comprovado há três semanas, Luiza relata que as dores que afetam, sobretudo, os joelhos, os ombros e os dedos ocorrem geralmente no início da noite e seguem até a madrugada. A situação da aposentada é mais grave, pois ela tem osteoporose.
Complicações
As dores nas articulações já eram complicações previstas para ocorrer em certo número de pacientes brasileiros, já que na Ásia e na África - onde a doença já havia sido registrada - esta foi uma manifestação detectada, explica o infectologista do Hospital São José, Robério Leite.
No Ceará, até o dia 17 deste mês, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), 15.605 casos suspeitos de chikungunya foram notificados, dos quais 4.821 já foram confirmados, 1.726 descartados e 9.058 estão em investigação
Conforme Robério, a persistência das dores articulares devido à chikungunya tem demandado "atenção específica dos médicos", principalmente em pessoas do grupo de risco como bebês e idosos. "Pessoas que têm dores persistentes mesmo não carecendo de internações, acabam voltando para as unidades de saúde para aplicação de medicação na veia ou mesmo para ficar em observação por 24h", afirma.
O infectologista Anastácio Queiroz reitera que "o grande alerta é para a persistência das dores". Conforme o médico, esta condição tem levado os pacientes a usarem anti-inflamatórios, que geram dentre outros efeitos colaterais, problemas gástricos e arteriais. "Como as dores, em alguns casos, duram até meses, as pessoas usam a medicação durante todo esse período. Elas usam também corticoides, que afetam a diabetes, a hipertensão, baixam a imunidade e levam à osteoporose", explica.
O médico informa que há um protocolo do Ministério da Saúde para o tratamento da doença com a indicação do uso de analgésicos (paracetamol, dipirona, tramadol, codeina), em dosagem diferenciadas, conforme a condição do paciente, mas, ressalta que cada caso é específico e deve ser discutido pelo médico para que sejam avaliados os benefícios e os riscos do uso de anti-inflamatório ou analgésico.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/chikungunya-longa-fase-de-dor-afeta-pacientes-1.1570381

Fonte: Diário do Nordeste

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