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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

CEARÁ - SEM APORTE IDEAL, ESTADO PASSA A DEPENDER DE 4 AÇUDES EM 2017

Foto: Natinho Rodrigues/DN
Para garantir água para RMF e Jaguaribe, o Canal passou a operar em sentido revertido Capital/Sertão.
As perspectivas para 2017 em relação às chuvas ainda são de incertezas. Por enquanto, o cenário é bem ruim. O Ceará vai chegar a janeiro do próximo ano com menos de 6% das reservas nos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), isso representa pouco mais de 500 milhões de metros cúbicos de água, dos 18,6 bilhões m3 da capacidade total.

E o pior, se não chover pelo menos na média histórica para março/abril, cerca de 200 mm/mês, o Estado passa a contar somente com quatro grandes reservatórios para a sobrevivência humana, animal e agricultura. São eles, o Orós, que já garante o Castanhão desde setembro passado, para Fortaleza e Região Metropolitana (RMF); Araras, para a região Norte; o Pedra Branca, Crateús, Quixadá, Quixeramobim; e o Arneiroz 2, para a região dos Inhamuns. A análise é do presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.
Entre as ações emergenciais para assegurar o abastecimento para comunidades da RMF e Baixo Jaguaribe, informa ele, a Companhia já reverteu o sentido das águas do Canal do Trabalhador que passou a operar destino Capital/Sertão. "Ele foi construído em 1993 para garantir Fortaleza. Agora, com o Rio Jaguaribe praticamente seco, as populações por onde o canal passa só dependem dele agora para viver. São pelo menos 20 mil pessoas que precisam diretamente dessa água", afirma.
Segundo explica, o Rio Jaguaribe tem 160Km de extensão e atualmente a água só pereniza 100Km, chegando até Russas. "Foi preciso tomar essa decisão em benefício das famílias que moram dali até Pacajus. "Então, a água sai próxima de Fortaleza em direção ao sertão", informa.
Rotina
A dona de casa Sergiana Falcão, o agricultor Francisco Barros e o pescador Manuel Rodrigues de Lima sabem bem o que é isso. "Ando meia hora para buscar água no canal. Se não fosse ele, acho que a gente já teria morrido. Não falo nem no gado, esse coitado, todo dia morre um e não podemos fazer nada e isso doi muito", lamenta ela, moradora da comunidade Brito, município de Chorozinho.
Francisco Barros, da comunidade Cedro, critica a falta de desejo político para levar água do canal para a sua localidade. "São apenas três quilômetros. Estamos tão perto e ao mesmo tempo tão longe da água. E era só pouca coisa de tubulação para diminuir nosso sofrimento de todo dia andar a pé ou de carroça em busca da água. Tem gente comprando", desabafa.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/sem-aporte-ideal-ceara-passa-a-depender-de-4-acudes-em-2017-1.1659190

Fonte: Diário do Nordeste

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