Foto: Divulgação/DN. |
Inspetores
da Delegacia de Polícia Civil de Acopiara (345Km de Fortaleza) prenderam,
ontem, mais um suspeito de envolvimento no golpe milionário que atingiu cerca
de 30 clientes da agência do Banco do Brasil daquela cidade da região
Centro-Sul do Ceará. O prejuízo para as vítimas - poupadores e correntistas -
supera a cifra de R$ 3,2 milhões.
Investigações
da Polícia Civil indicam que os golpes na agência do BB de Acopiara podem ter
começado em 2009. Os clientes tiveram grandes prejuízos.
Ontem, o
ex-gerente geral da agência do BB de Acopiara, Deusimar Alves Cavalcante, foi
detido por ordem da Justiça, que decretou sua custódia preventiva. A prisão
ocorreu no interior da agência do BB de Aiuaba (457Km de Fortaleza), onde ele
estava lotado, atualmente, depois de transferido.
Segundo
Deusimar Alves Cavalcante é o segundo suspeito preso por conta das
investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de Acopiara. Em
fevereiro último, o gerente de negócios da mesma agência, Cleones César Bezerra
Piancó, foi detido em Fortaleza, por inspetores da Delegacia de Defraudações e
Falsificações (DDF). A exemplo de Deusimar Cavalcante, Cleones teve também
prisão preventiva decretada pelo juiz da Comarca de Acopiara, Wellinton Alves
de Mesquita. O magistrado atendeu ao pedido da Promotoria daquela Comarca,
diante das provas colhidas nas investigações.Segundo
Segundo o delegado de Polícia Civil de Acopiara, Luiz Gonzaga Soares Neto, a prisão de Deusimar Alves Cavalcante, em Aiuaba, ocorreu de forma discreta. "Entramos na agência e eu mesmo me dirigi até ele. Expliquei que havia uma ordem judicial de prisão e ele não resistiu", afirma o delegado.
O gerente foi conduzido de Aiuaba para a cadeia pública de Acopiara, onde deverá cumprir a prisão preventiva. Cleones Bezerra Piancó também já está na mesma unidade prisional.
As investigações da Polícia resultaram no indiciamento dos implicados pelos crimes de furto mediante fraude, peculato eletrônico e formação de bando ou quadrilha. Além dos dois gerentes, outros funcionários da agência e de outros órgãos estão sendo investigados e poderão ter também a prisão decretada nos próximos dias a pedido do MP.
Golpes
No decorrer das investigações, a Polícia descobriu que o dinheiro dos clientes da agência do BB de Acopiara era desviado há, pelo menos, três anos. Utilizando as senhas pessoais e os dados cadastrais dos correntistas e poupadores, o gerente de negócios, Cleones Bezerra Piancó, praticava o golpe que os especialistas denominam de ´invasão de conta´. Transferia dinheiro das contas dos clientes para contas de correntistas fictícios, fazia saques e empréstimos consignados utilizando falsas assinaturas nos contratos em nome das vítimas.
De apenas um cliente, um fazendeiro da região (identidade preservada), foram desviados recursos que superam a cifra de R$ 1,5 milhão. As fraudes podem ter começado ainda em 2009.
Da conta desse clientes, eram transferidos valores entre R$ 60 mil a R$ 200 mil. Nos dias seguintes, saques eram feitos nas contas de ´laranjas´ ou de clientes ´fantasmas´. As operações ocorriam na boca do caixa, com seguidas retiradas em cifras que variavam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil até que toda a quantia transferida fosse sacada.
O delegado Luiz Gonzaga Soares Neto revelou que, no curso do inquérito policial, foram constatadas operações como saques e transferências fraudulentas, manipulação de dados para movimentação nas contas alheias, além de simulações e empréstimos consignados.
Investigação
Pelo menos 30 clientes foram ouvidos no decorrer do trabalho policial. Outros 16 ainda deveriam prestar esclarecimentos. O inquérito foi encaminhado à Justiça com pedido de devolução para novas diligências. Entretanto, o Ministério Público não teve dúvidas quando à prática do crime e sua extensão milionária, o que levou à denúncia e ao pedido de decretação das prisões.
"Seria impossível que o gerente geral da agência não tivesse o pleno conhecimento do volume de operações fraudulentas que eram praticadas ali", disse à Reportagem o filho de um dos clientes lesados no golpe.
Os clientes lesados agora aguardam do banco o ressarcimento de seus prejuízos e já acenaram com a possibilidade de processar a instituição financeira pelo crime de danos morais e financeiros.
"Até agora, o banco não nos deu uma resposta concreta sobre como o dinheiro desviado será reposto nas contas", afirma o denunciante. O Banco do Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA
Fonte:
Diário do Nordeste.
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