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sábado, 18 de julho de 2015

PI - COM MEDO DE REPRESÁLIAS, CORPO DE ADOLESCENTE É ENTERRADO EM TERESINA

Foto: Ellyo Teixeira/G1 PI
Mãe queria realizar sepultamento em Castelo do Piauí, mas mudou de ideia.
Enterro de jovem morto dentro do CEM ocorreu num cemitério da capital.
Diante da possibilidade de reações hostis de moradores de Castelo do Piauí durante o enterro de Gleison Vieira da Silva, 17 anos, que foi espancado até a morte por companheiros de cela dentro do Centro Educacional Masculino (CEM), a família da vítima realizou o sepultamento do corpo do jovem nesta sexta-feira (17), no cemitério Santa Cruz, em Teresina.
A mãe do garoto, o padrasto e uma tia acompanharam o enterro. Policiais militares e conselheiros tutelares também estiveram no cortejo.

Segundo o gerente de Internação do Centro Educacional Masculino (CEM), Herbert Neves da Cruz, após uma conversa com a mãe da vítima, ela decidiu mudar de ideia, já que desejava enterrar o filho em sua cidade natal.
Segundo o delegado Laércio Evangelista, algumas pessoas chegaram a comemorar a morte do jovem. “A cidade está eufórica após a morte do condenado pelo estupro. Moradores estão soltando fogos de artifício. Também estão se articulando para realizar uma manifestação”, afirmou Laércio, que chegou a pedir reforço policial para a cidade.
Confissão
Gleison Vieira foi espancado até a morte na noite da quinta-feira (16) dentro de uma das celas do Centro Educacional Masculino (CEM), que ele dividia com os outros três coautores da barbárie contra quatro meninas que chocou o país. Segundo o gerente de internação do CEM, Herberth Neves, o grupo admitiu a autoria da morte e não demonstrou remorso ou arrependimento ao relatar o ato criminoso.
Para Herberth Neves, a morte de Gleison ocorreu durante o banho, quando um dos jovens teria aplicado uma gravata, fato que deu início as agressões. Já o juiz o Antonio Lopes, da 2ª Vara da Infância e Juventude em Teresina, afirmou que provavelmente a vítima tenha sido atacada enquanto dormia.
A Globonews procurou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que realiza multirões e fiscaliza a condição de presídios e unidades socioeducativas no país, para falar da morte do adolescente.
O CNJ disse que não vai se manifestar especificamente sobre a morte de Gleison, mas encaminhou os relatórios das últimas visitas feitas à unidade.
O mais recente, de 2012, mostra que o CEM de Teresina funcionava de forma adaptada no prédio de uma antiga escola, que a estrutura física não era adequada e que havia deficiência nas atividades educacionais oferecidas aos adolescentes.
OAB diz que houve falha em vigilância
A coordenação do CEM garante que os quatro adolescentes estavam na mesma cela por medida de segurança, mesmo a vítima sendo o delator dos outros três. “A coordenação não tem essa consciência de que ia acontecer não. Nós chamamos eles pelos atos cometidos, pela rejeição dos outros jovens que estavam na unidade. Então o local que seria adequado para eles era aquele mesmo”, afirmou Herbet Neves.
http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/07/com-medo-de-represalias-corpo-de-adolescente-e-enterrado-em-teresina.html

Fonte: G1 PI
Fotos: Ellyo Teixeira/G1



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