Foto: Silvio Tulio/G1 |
Mãe de vítima está revoltada: 'Minha filha não consegue mais dormir direito.
Um taxista
de 24 anos foi preso em Aparecida
de Goiânia, Região Metropolitana da capital, suspeito de estuprar duas
clientes dentro do próprio táxi. Segundo a polícia, as vítimas são uma
enfermeira de 27 anos e uma promotora de eventos, de 26. O suspeito foi detido
domingo (19), no Conjunto Cidade Vera Cruz, próximo à casa dos pais, e
apresentado nesta segunda-feira (20) na Delegacia Estadual de Atendimento à
Mulher (Deam).
Os crimes
ocorreram nos dias 8 e 14 deste mês. Nos dois casos, o taxista agiu da mesma
maneira: pegou as mulheres durante a madrugada, após elas terem saído de
festas. De acordo a delegada Ana Elisa Gomes, titular da Deam, o suspeito fez
um caminho diferente daquele pedido pelas clientes e as violentou.
Depois,
ainda deixou as vítimas em locais próximos ao destino que elas desejavam.
Segundo
delegada, foram 15 dias de investigações até que o suspeito fosse preso. Ela
diz que o taxista agia com violência. "No primeiro caso, a vítima foi
muito agredida. O suspeito a enforcou a mulher até que ela desmaiasse. O
estupro foi praticado quando ela estava desacordada", descreveu.
No segundo
caso, Ana Elisa contou que o suspeito chegou a ser simpático no início da
corrida, mas depois se tornou agressivo. Ele chegou a desferir alguns socos na
cabeça da vítima antes de cometer o abuso.
Há ainda,
conforme explica a delegada, a suspeita de uma terceira vítima, que teria sido
estuprada pelo taxista depois de sair da Exposição Agropecuária de Goiás, que
acontece este mês em Goiânia. No entanto, este caso não foi confirmado, pois a
mulher não procurou a polícia. "Não temos informações oficiais sobre
isso", afirmou.
O rapaz,
que trabalhava como taxista havia apenas dois meses, será indiciado por estupro
e cárcere privado, uma vez que manteve as vítimas presas no carro. Se
condenado, ele pode pegar até 15 anos de prisão por cada crime.
Revolta
O pai da enfermeira violentada levou a filha à delegacia para que ela reconhecesse o suspeito. O homem, que pediu para não ter o nome revelado, disse ao G1 que está revoltado com o que aconteceu.
O pai da enfermeira violentada levou a filha à delegacia para que ela reconhecesse o suspeito. O homem, que pediu para não ter o nome revelado, disse ao G1 que está revoltado com o que aconteceu.
"Quero
que a Justiça seja feita e que ele pague pelo que fez. Não posso fazer justiça
com as próprias mãos, mas a de Deus será feita", afirmou emocionado.
Ele conta
que a filha ligou para casa às 2 horas do dia 8 deste mês, quando saía de um
show sertanejo, no Setor Fazenda Gameleira, dizendo que iria pegar um táxi para
ir embora.
Vinte
minutos depois, ele recebeu uma nova chamada, que o deixou desesperado.
"Não consegui ouvir direito. Só deu para perceber que ela estava chorando
e em perigo. Chamei meu filho e saímos igual a dois loucos procurando por
ela", recorda.
O homem
contou que só encontrou a filha às 3 horas, no Setor Leste Universitário, na
capital, onde foi deixada pelo suspeito. A enfermeira pediu auxílio de pessoas
que passavam pelo local e chamaram a polícia. "Quando vi minha filha, tive
a sensação de que ela nasceu de novo", afirmou.
A outra
vítima do taxista, estuprada no dia 14 deste mês, também esteve na delegacia. A
mãe da promotora de eventos disse ao G1que a filha ficou traumatizada com
o crime. "Vivemos um terror. Ela não consegue dormir e me fala que já
sonhou com ele várias vezes", afirma.
A situação
em que o abuso aconteceu é bem parecida. A mulher estava comemorando o
aniversário de uma amiga e pegou o táxi para passar na casa de um amigo antes
de ir embora. O suspeito tomou um caminho diferente do pedido pela mulher e
depois a estuprou.
A vítima
foi deixada a cerca de duas quadras do condomínio onde mora, no Jardim Novo
Mundo. Após encontrar a mãe, por volta das 3 horas, ela foi levada para a
delegacia, onde registrou a ocorrência do crime.
Ainda
revoltada, a mãe da vítima espera uma punição exemplar para o suspeito e
critica a legislação brasileira. "Por mim, ele seria condenado à pena de
morte. Enquanto as leis não mudarem, este tipo de crime vai continuar
acontecendo", desabafa.
Para
tentar evitar que casos como estes aconteçam outra vez, a delegada Ana Elisa
Gomes dá algumas dicas de como se prevenir diante deste tipo de situação.
"Orientamos os passageiros a procurar diretamente a empresa [de táxi]. Nas
duas situações, a vítima foi até o táxi. Tente anotar sempre a placa e o número
da permissão, que fica colado na porta do carro. Na maioria dos casos, os
carros têm GPS, o que ajuda a encontrar o criminoso. E sempre que puder, ande
acompanhada", aconselha.
Fonte:
G1
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Fotos: Silvio Túlio/G1
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