Foto: José Leomar/DN |
O deputado
federal, Eudes Xavier (PT), esteve na Assembleia Legislativa, na manhã de
ontem, para prestar esclarecimentos quanto às denúncias que fez no plenário da
Câmara Federal sobre um possível esquema de espionagem envolvendo o governador
Cid Gomes e secretários de sua gestão.
Deputado federal Eudes Xavier ler trecho da Constituição Federal para ter o direito garantido de não dizer quem lhe entregou os papéis.
Deputado federal Eudes Xavier ler trecho da Constituição Federal para ter o direito garantido de não dizer quem lhe entregou os papéis.
O petista
não apresentou nenhum dado novo e deixou constrangido alguns parlamentares que
esperavam que ele mostrasse prova de que suas acusações fossem verdadeiras. Os
deputados Fernando Hugo (PSDB) e Ely Aguiar (PSDC), autores dos requerimentos
que possibilitaram a ida de Eudes à Assembleia foram os primeiros a reclamar
essas informações do deputado petista.
Logo que subiu à tribuna, ele pediu que outras pessoas pudessem adentrar as galerias e quanto a isso, José Albuquerque (PSB), presidente da sessão ordinária, lembrou que o local já estava lotado e que por medida de segurança isso não poderia ser feito.
Algumas militantes do PT chegaram a criticar a
presidência da Casa que pediu respeito.Logo que subiu à tribuna, ele pediu que outras pessoas pudessem adentrar as galerias e quanto a isso, José Albuquerque (PSB), presidente da sessão ordinária, lembrou que o local já estava lotado e que por medida de segurança isso não poderia ser feito.
O deputado começou falando de sua vida humilde e da família. "Eu sou funcionário do comércio. Este ano eu faço 24 anos na mesma empresa de carteira assinada", disse o petista. O parlamentar leu um trecho da Constituição Federal para justificar não ter que dizer quem lhe deu os elementos da denúncia que fez, e disse que perdoava todos os adjetivos que alguns deputados estaduais lhes deram, ressaltando que se eles o tivessem conhecido antes teriam feito de forma diferente.
Moleque
"Quero perdoar a forma como o deputado Sarto falou de mim me chamando de moleque. Minha filha chorou deputado, lá em casa. Olhe Sarto, isso dói", disse ele. Sarto, na sua participação, repetiu a expressão na presença de Eudes.
Eudes Xavier disse saber das questões envolvendo a deputada Rachel Marques (PT) e seu esposo, o deputado federal Ilário Marques (PT), por isso iria perdoar a parlamentar por ter ficado contra ele na Casa Legislativa. "Eu li todos os e-mails e fiquei com medo. Eu me achei no dever de denunciar para investigar", afirmou ele, lembrando o pronunciamento na Câmara Federal no início de abril.
"Além de não macular a imagem de ninguém eu solicitei a investigação e não abro uma vírgula do que disse", afirmou o petista ressaltando que encaminhou o documento para os órgãos de fiscalização da Câmara Federal. Ele disse também ser solidário com o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), além de salientar que nunca recebeu um "bombom" sequer do republicano. "Tudo o que esta Casa quiser investigar de minha vida eu estou autorizando. Não tenho nada a esconder", apontou.
O deputado disse também que errou duas vezes ao ter votado no governador Cid Gomes e que por isso teria sido chamado de "burro" pelo chefe do Poder Executivo. Eudes Xavier ainda apresentou seu endereço e salientou que se qualquer coisa acontecesse aos seus familiares, todos saberiam.
Mortes
O tucano Fernando Hugo questionou a forma como as cópias dos documentos chegaram até o petista e também disse que o PSDB e PSB "não têm mania de matar as pessoas", lembrando crime ocorrido contra o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, sempre envolto em mistérios com petistas.
A participação de Eudes Xavier na Assembleia começou às 11h27 e terminou às 14h30, depois de o presidente José Albuquerque adiar o encerramento da sessão por duas vezes, visto que o horário regimental é de cinco horas para as plenárias, a serem iniciadas às 9 horas. Pelo menos 15 deputados se inscreveram para se pronunciarem e questionarem o petista, mas Sergio Aguiar, Heitor Férrer e Sinaval Roque cancelaram suas inscrições.
Uma tropa de aliados do petista, oriundos da Câmara Municipal, do PT de Fortaleza e até da Câmara Federal esteve presente na Assembleia, ontem. Dentre eles, os vereadores Deodato Ramalho, Guilherme Sampaio, Wagner Sousa e Ronivaldo Maia. A deputada federal Gorete Pereira também esteve presente ao debate juntamente com o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, assim como o candidato derrotado nas eleições municipais passadas, Elmano de Freitas, e o presidente da legenda na Capital, Raimundo Ângelo.
No início do pronunciamento do petista, somente 22 parlamentares da Assembleia estavam presentes e nos corredores da Casa alguns boatos davam conta de que a sessão seria esvaziada, o que acabou não se concretizando. Nas galerias, muitos correligionários de Eudes Xavier criticavam as falas dos deputados que questionavam o petista quanto as denúncias feitas. Nas faixas que levaram para o plenário algumas frases fazendo cobranças ao Governo, como "Governador pare de espionar e cuide da violência" e "Polícia Federal investigue o caso Kroll", Fetrace. Os deputados Rachel Marques (PT) e Dedé Teixeira (PT), preferiram ficar calados. Os dois permaneceram até o fim da sessão. O vereador Deodato Ramalho, junto com o presidente municipal do PT em Fortaleza, Raimundo Ângelo, escreviam respostas que Eudes deveria dar aos questionamentos feitos.
Fonte:
Diário do Nordeste.
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