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| Foto: Elizangela Santos/DN |
Crato - Uma grande quantidade de medicamentos vencidos foi apreendida por volta do meio-dia de ontem neste município. O material se encontrava no depósito da sede da Secretaria de Saúde do Crato. A apreensão foi feita após denúncia de vereadores da cidade. Representantes do Ministério Público Estadual e Polícia foram até o local, para acompanhar o recolhimento de vários tipos de remédios.
O secretário de Saúde do Crato, Lucimilton Macêdo, que esteve acompanhando todo o processo de recolhimento, disse que há três meses não havia incineração dos produtos recolhidos nas unidades de saúde, por conta da suspensão no processo de licitação da empresa que recolhe a medicação irregular.
De acordo com a promotoria de Justiça, que vem avaliando possível superfaturamento na compra de medicamentos na cidade, e que, inclusive, decretou a prisão de dois empresários que forneciam produtos farmacêuticos para o município, esse material será inserido nos procedimentos de investigação, por meio da Operação Hora da Verdade. Os dois investigados estão foragidos.
Na terça-feira passada, em entrevista coletiva, na sede do Ministério Público, em Crato, o promotor Igor Pinheiro, relatou o processo de investigação que vem ocorrendo, desde março deste ano. Conforme ele, há suspeitas de desvio de pelo menos R$ 5,2 milhões na compra de medicamentos, pagos com recursos públicos.
Toda a medicação apreendida foi levada para a sede da Delegacia Regional de Polícia do Crato, para ser periciada, e, em seguida, levada para incineração, por meio da empresa Flamax, em Juazeiro do Norte. Segundo o promotor, o trabalho de apuração vem sendo realizado em cima de fraude na aquisição de medicamentos. "Recebemos a denúncia de que a medicação estava sendo descartada e então estamos averiguando se há ou não ligação. Na verdade não dá para dizer nesse momento se isso está acontecendo", disse.
De acordo com Igor Pinheiro, mesmo sendo uma quantidade considerável de medicamentos apreendidos, irá avaliar todo os documentos que serão repassados pelo órgão municipal, e se houve realmente uma quantidade excessiva para o descarte, diante do quanto é retirada de circulação por estar com a validade vencida.
Prevenção
Para o secretário, esse procedimento sempre acontece na secretaria, para que a população não venha ser prejudicada. Ele disse que o material chegou a ser recolhido de várias unidades de saúde. O material a que Lucimilton se refere é de maio, junho e julho deste ano. Há no meio dos remédios, medicação também com vencimento para este mês. No sentido da prevenção, os que estão prestes a serem vencidos também são retirados de circulação. Toda a documentação está sendo levantada por meio da pasta da saúde para ser avaliada pelo Ministério Público, em 24 horas.
O secretário disse ainda que há todo um cuidado de separação do medicamento vencido, para que não venha ser misturado com aquele com data de validade em dia. Por conta disso, são colocados em locais diferentes. "Diante do histórico, essa não é uma quantidade excessiva para um município como o Crato", explicou.
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Elizângela Santos
Colaboradora
Fonte: Diário do Nordeste
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Fotos: Elisângela Santos/Diário do Nordeste
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