Foto: Elza Fiúza/Ag. Brasil/DN |
Em declaração concedida ao jornal Folha de S. Paulo, o novo ministro da educação, Cid Gomes, afirmou que deseja adotar uma prova on-line no Enem (Exame nacional do Ensino Médio) e aplicar mais de um exame a cada ano. "Vou levar a proposta à presidente Dilma", disse o ministro.
Desta forma, a prova não seria mais realizada em papel e passaria a ser respondida em terminais de computadores, onde ficariam disponíveis os bancos de perguntas. A ideia encerraria a aplicação da prova em apenas um fim de semana para criar um esquema em que os alunos inscritos no exame teriam alguns dias para se deslocar aos lugares credenciados e fazer o Enem. "Cada aluno faria uma prova diferente, com escolha aleatória das questões", afirmou Cid Gomes.
Com o modelo posto na prática, o aluno poderia fazer quantas edições desejasse e ficaria à cargo das instituições de ensino superior indicar quais das versões seria aceita para o ingresso. Já a aplicação da prova seria responsabilidade de uma rede pública credenciada anteriormente, como por exemplo, as próprias universidades federais.
Cid Gomes defendeu que a primeira aplicação sob esses moldes seria gratuita, totalmente custeada pelo governo federal. Porém, nas edições futuras, os encargos teriam que ser desembolsados pelos estudantes.
Junto com isso, o ministro retoma a proposta de realização do exame mais vezes durante o ano, uma promessa de Fernando Haddad em 2009, quando também era ministro da educação. A intenção é aumentar as chances de ingresso nas universidades e diminuir a pressão de uma única edição durante o ano inteiro.
O novo modelo
A inspiração é o SAT (Scholastic Aptitude Test ou Scholastic Assessment Test), um exame padronizado nos Estados Unidos, parecido com o Enem brasileiro, e que permite a aplicação de questões diferentes simultaneamente. Nos EUA ele é aplicado várias vezes durante o ano. No caso, a metodologia proposta pelo exame brasileiro, a Teoria de Resposta ao Item (TRI), também torna possível a elaboração de provas distintas com o mesmo grau de dificuldade.
Porém, para por em prática o novo modelo, algumas medidas teriam que ser tomadas. Seria necessário um extenso banco de questões e também uma rede confiável para aplicação das provas. Como solução, Cid Gomes propõe que o banco de perguntas seria público e "com isso, elas poderiam ser analisadas por entidades e questionadas, se for o caso". Para ele, não existe a possibilidade de os estudantes decorarem tais questões. "Seriam milhares de perguntas para cada área. Se o aluno conseguir decorar todas, ele é um gênio".
No entanto, Cid ainda não definiu nenhum prazo para adotar o novo modelo, mas afirma que deseja adotá-lo durante seu período no comando da pasta.
Fonte: Diário do Nordeste
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