Foto Ilustrativa |
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) confirmou, ontem, mais um caso de sarampo em Fortaleza. Agora, são 11 pessoas contaminadas com a doença na Capital, situação que já se caracteriza como surto. O órgão acredita que novos casos devem ser diagnosticados até o final da semana, quando serão recebidos resultados laboratoriais dos exames realizados em cearenses com suspeita da infecção. Para tentar conter a disseminação do vírus, a secretaria realizará, até o próximo dia 8 de fevereiro, uma campanha de imunização para bloqueio da doença.
Segundo a Sesa, a nova vítima pertence à família de duas crianças já confirmadas com sarampo neste mês e teve a infecção detectada por vínculo epidemiológico.
Danielle Queiroz, especialista em epidemiologia do órgão, afirma que, pela data de início dos sintomas, é possível que o novo caso seja, na realidade, a primeira ocorrência no Estado. "Os sintomas começaram no dia 25 de dezembro e a vítima esteve três vezes na unidade de saúde antes de ser diagnosticada, mas acabou fugindo da vigilância epidemiológica", explica a médica.
Disseminação
A doença progride rapidamente no Ceará. Além dos 11 casos confirmados em Fortaleza, há 98 pessoas com suspeita de sarampo, uma delas na cidade de Uruburetama, e uma média de três a cinco notificações por semana. A epidemiologista afirma, ainda, que, até o final desta semana, mais pessoas no Estado devem ser diagnosticadas. "O vírus tem facilidade de ser transmitido. Uma pessoa com a doença pode contaminar 10, 20 pessoas. Por isso, é importante a identificação do caso precocemente", destaca Daniele.
Ontem, 500 profissionais de saúde de Fortaleza e da região metropolitana foram capacitados para reconhecer os primeiros sinais do sarampo e saber como proceder em casos de suspeita da infecção. Eles também foram treinados sobre a imunização contra a doença. A vacina é a única forma de prevenção.
Duração
Robério Leite, infectologista pediátrico do Hospital São José de Doenças Infecciosas, destaca que das 11 pessoas contaminadas, seis são crianças com menos de um ano de idade. A faixa etária é mais suscetível, pois ainda não recebeu a vacina. No entanto, embora a doença se propague com grande velocidade, ele acredita que o surto será de curta duração. "Como temos grande cobertura no Ceará, a expectativa é que aqui não haja epidemia de 15, 20 mil casos como na Europa", ressalta Leite.
No próximo sábado, a Sesa realizará, nos postos de saúde da Capital e nos 14 municípios da Região Metropolitana, o dia "D" da campanha de vacinação. Meninos e meninas nessa faixa etária terão de ser imunizados mesmo se já tiverem tomado a vacina. Para os que tiverem até 19 anos, é necessário atualizar o calendário de vacinas. As pessoas com mais de 20 anos devem se vacinar apenas se tiverem tido contato com um caso suspeito, se nunca tiverem se imunizado ou se não tiverem comprovada uma imunização anterior.
VANESSA MADEIRA
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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