Foto: Ivair Vieira Jr/G1 |
Cisto está com mais de 20 centímetros e mulher não consegue cirurgia.
Uma jovem
de 24 anos, moradora de Guarujá, no
litoral de São Paulo, está há cerca de um ano com um cisto no ovário e, até
agora, não conseguiu atendimento na rede pública de saúde para solucionar o
problema. A paciente alega que foi tratada com descaso por vários médicos que a
atenderam. Por conta da doença, a barriga da paciente cresceu tanto que ela é
constantemente confundida com uma mulher grávida. O caso foi postado em uma
rede social e várias pessoas se propuseram a ajudá-la.
Gislaine
Barbosa da Silva é balconista e tem uma filha de dois anos. Ela conta que
começou a desconfiar que havia algum problema em fevereiro de 2012. "Eu
passei a notar que a minha barriga começou a crescer. Minha mãe marcou duas
vezes para ir no médico, mas eu não fui para não faltar no serviço. Fui
deixando e as pessoas me falavam que era o começo de uma gravidez, mas eu sabia
que não era. Eu usava uma cinta, por achar que era gordura, até que chegou uma
hora que nem a cinta escondia e começou a doer", explica.
A jovem só
fez a primeira consulta em novembro de 2012, em Guarujá. "Minha mãe marcou
um médico de novo. Como eu estava de férias, acabei indo em um clínico geral.
Ele ficou admirado com o tamanho da minha barriga e perguntou se eu poderia
fazer um exame de ultrassom particular, porque pelo SUS ia demorar muito. Fiz
no dia seguinte e três dias depois voltei no mesmo médico. Ele disse que o
cisto estava com 23 centímetros, mas não conseguiu identificar em que órgão
estava localizado. Em seguida ele me mandou fazer exames pré-operatórios e,
depois, fui encaminhada para o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos",
conta.
Segundo
Gislaine, foi no hospital de Santos que ela começou a ser tratada com descaso.
"Lá me encaminharam para um cirurgião que operava cisto de pele. Ele
perguntou o que eu estava fazendo ali e se eu estava grávida. Quando eu disse
que era um cisto, ele riu da minha cara e não acreditou. Depois pediu para eu
marcar com outra médica. Me mandaram para uma que opera hérnia, que também não
me atendeu. Depois marcaram com um ginecologista, mas havia data disponível
apenas para junho. Só no dia 2 de abril, quando minha tia pagou um médico
particular, consegui descobrir que o cisto era no ovário esquerdo",
relata.
Com os
exames na mão, Gislaine voltou ao Guilherme Álvaro e, segundo ela, mais uma vez
foi mal atendida. "O médico não olhou na minha cara e disse que só operava
câncer. Depois a recepcionista disse que quem fazia esse tipo de cirurgia pediu
demissão há um ano e não tinha mais ninguém que fazia isso. Teria que recorrer
à Secretaria de Saúde de Guarujá para tentar a cirurgia", diz.
Gislaine
está indignada com o desdém. "Os poucos médicos que me trataram bem
disseram que o caso era urgente, mas na recepção falaram que nada é urgente. A
médica que fez o exame transvaginal ficou assustada com o tamanho do cisto. Ela
não conseguiu chegar até o final dele e disse que já está perto do estômago. Um
outro médico disse que deve ter uns 10 litros de líquido na minha
barriga", descreve a jovem.
Agora,
Gislaine espera ser atendida no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, para onde
encaminhou todos os exames que fez até então. "Estou esperando uma
resposta, mas por enquanto ninguém me passou nada, nenhuma definição, nenhuma
data. Não aguento mais. Já passei por vários médicos e hoje não consigo nem
segurar minha filha", relata.
Rede
social
A auxiliar administrativa Flávia Cesar Amaral postou uma foto de sua prima Gisleine, juntamente com um texto explicativo, em uma rede social na internet. Em poucos dias, a repercussão foi grande, surpreendendo as duas. "Depois que a minha prima postou na web, várias pessoas se dispuseram a ajudar. Até médicos. Mas até agora não tenho certeza de nada. Já ofereceram até vaquinha para pagar uma cirurgia particular", conta Gislaine.
A auxiliar administrativa Flávia Cesar Amaral postou uma foto de sua prima Gisleine, juntamente com um texto explicativo, em uma rede social na internet. Em poucos dias, a repercussão foi grande, surpreendendo as duas. "Depois que a minha prima postou na web, várias pessoas se dispuseram a ajudar. Até médicos. Mas até agora não tenho certeza de nada. Já ofereceram até vaquinha para pagar uma cirurgia particular", conta Gislaine.
Flávia diz
que teve a ideia por não aguentar mais ver o estado da prima. "A
princípio, eu nem esperava que tanta gente fosse compartilhar. Talvez se
tivéssemos essa ideia antes, o problema dela já teria até sido resolvido. E
também é uma maneira de alertar as pessoas. Tem muita gente passando por isso e
sofrendo com o mesmo preconceito", conclui.
Cisto
De acordo com especialistas, os cistos ovarianos são frequentes nas mulheres em idade reprodutiva e, na maioria das vezes, são achados em exames ginecológicos de rotina. Os cistos volumosos, que alcançam diâmetros superiores a 15 centímetros, são mais raros, mas existem. Nessa condição, as dores são comuns, devido à compressão nos órgãos vizinhos, e há um aumento do volume abdominal, muitas vezes confundido com gestação.
De acordo com especialistas, os cistos ovarianos são frequentes nas mulheres em idade reprodutiva e, na maioria das vezes, são achados em exames ginecológicos de rotina. Os cistos volumosos, que alcançam diâmetros superiores a 15 centímetros, são mais raros, mas existem. Nessa condição, as dores são comuns, devido à compressão nos órgãos vizinhos, e há um aumento do volume abdominal, muitas vezes confundido com gestação.
Outro lado
Por meio de nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, o Hospital Guilherme Álvaro esclarece que não procede a informação de que a paciente não recebeu atendimento adequado na unidade. O hospital afirma que ela foi atendida e avaliada em todas as ocasiões em que compareceu ao local, foi encaminhada para outras especialidades, de acordo com os resultados das avaliações. Ainda segundo a nota, a paciente foi atendida na última segunda-feira (29) por um ginecologista, quando foi pedido um exame de ultrassom, que está agendado para a próxima semana, na própria unidade. O hospital informa, ainda, que todos os profissionais são orientados a tratar os pacientes com respeito e cordialidade. Tal orientação será reforçada. A unidade se coloca à disposição da paciente para quaisquer esclarecimentos.
Por meio de nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, o Hospital Guilherme Álvaro esclarece que não procede a informação de que a paciente não recebeu atendimento adequado na unidade. O hospital afirma que ela foi atendida e avaliada em todas as ocasiões em que compareceu ao local, foi encaminhada para outras especialidades, de acordo com os resultados das avaliações. Ainda segundo a nota, a paciente foi atendida na última segunda-feira (29) por um ginecologista, quando foi pedido um exame de ultrassom, que está agendado para a próxima semana, na própria unidade. O hospital informa, ainda, que todos os profissionais são orientados a tratar os pacientes com respeito e cordialidade. Tal orientação será reforçada. A unidade se coloca à disposição da paciente para quaisquer esclarecimentos.
Fonte:
G1.
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Fotos: Ivair Vieira Jr/G1
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