Foto/Divulgação/Jangadeiro |
O estudante de Mestrado em Desenvolvimento Ambiental na Universidade Federal do Ceará (UFC), Armando Reis Neto, de 26 anos, conta que com 17 anos teve um surto em que apareceram manchas por todo o corpo. “Começou com algumas manchas no peito e todo dia se multiplicava em progressão geométrica. Demorou uma semana indo no médico e ninguém sabia responder o que era”, revela.
De acordo com Armando, foi o pai que desconfiou da doença, por ser genética. “Depois, fui ao dermatologista e fiz a biopsia da pele. Deu o diagnóstico que era psoríase”, conta. Ele ressalta que demorou ainda dois meses para regredir o surto que teve. “Chegou a pegar rosto e foi regredindo aos poucos. Praticamente some do corpo conforme vai tratando. Hoje, ainda tenho no couro cabeludo e no rosto, onde faço a barba”, esclarece.
Armando ainda comenta que, em Fortaleza, há muita gente com a doença sem saber o que realmente possui. “Às vezes, faz outro tipo de tratamento que não é o recomendado, acabam não identificando que é ligado ao lado emocional e gera outras complicações. Até pode dar depressão, mais em mulheres, por ser estético”, declara.
Olhar profissional
“A psoríase pode ser desencadeada por diferentes fatores, entre eles estresse, quadros infecciosos, traumas e irritações na pele, uso de alguns medicamentos à base de corticoide, entre outros”, explica o dermatologista Cid Sabbag, que realiza pesquisas sobre a doença. A enfermidade pode ainda atingir as articulações, tendões e ossos – a chamada artrite psoriásica.
Sobre o desconhecimento da doença e dos sintomas, Sabbag afirma que há uma necessidade de “aumentar a conscientização sobre a doença e fortalecer a parceria entre médico e paciente para o combate à psoríase”.
Tratamento
Segundo Armando, o tratamento foi primeiramente realizado com cortisona. “O que eu descordo, porque a psoríase tá relacionada com o emocional da pessoa. Se ele toma cortisona e não cuida do bem-estar, só vai curar o físico, mas a causa não”, argumenta. Segundo ele, após isso, ele passou um tempo tomando banho três vezes ao dia de hidratante com ureia.
“Por se tratar de uma doença inflamatória crônica, o acompanhamento do dermatologista em longo prazo é imprescindível”, ressalta o dermatologista. Dessa forma, o médico esclarece que os pacientes devem se comprometer com a adesão ao tratamento, seguindo de maneira adequada as orientações que recebem nestas consultas.
De acordo com ele, há diferentes formas de controlar a psoríase, inclusive com opções de medicamentos orais, como imunossupressores e retinoides; ou de aplicação subcutânea ou intravenosa como os medicamentos imunobiológicos. Estes últimos são feitos a partir de células vivas (caso da produção de vacinas e insulina). “O dermatologista pode indicar o tratamento mais apropriado para cada caso”, complementa Sabbag.
O problema só aumenta
A psoríase é uma doença sistêmica e pode ocasionar outras complicações à saúde do paciente, como aumento do colesterol e triglicérides, obesidade abdominal e hipertensão arterial (quadro denominado de síndrome metabólica) – especialmente em pacientes que já têm a doença há muito tempo.
Além do impacto na saúde, outros aspectos importantes comprovados pelo levantamento são a diminuição da qualidade de vida e preconceito sofridos pelos pacientes, acarretando prejuízos também nos relacionamentos amorosos.
Sobre a doença
A psoríase é uma doença crônica, que provoca lesões vermelhas e descamativas, que surgem devido a um processo inflamatório, acelerando o ciclo de renovação da pele. Dessa forma, as células não possuem tempo suficiente para se diferenciar, sendo eliminadas mais rapidamente que o normal. Não se conhece a causa da psoríase, porém, fatores ambientais e hereditariedade estão relacionados ao aparecimento da doença: em cerca de 30% dos casos, existem portadores da doença na família.Fonte: Jangadeiro Online.
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