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Washington, 24 set (EFE).- Após duas décadas no espaço, o Satélite de Pesquisa de Alta Atmosfera (UARS, na sigla em inglês) entrou neste sábado na atmosfera terrestre sobre o Oceano Pacífico, mas a Nasa (agência espacial americana) continua investigando o misterioso paradeiro de seus restos.
Após concluir em 2005 uma vida científica produtiva de quase seis anos, o UARS, de US$ 750 milhões e mais de 5,5 toneladas, retornou em pedaços à Terra no meio de grande ansiedade e conjeturas nas redes sociais sobre o lugar e momento precisos de sua chegada.
A Nasa calcula que os restos do satélite caíram entre as 0h23 e as 2h09 (de Brasília), possivelmente sobre uma faixa de 804 quilômetros.
Durante uma conferência telefônica neste sábado, a Nasa reconheceu a dificuldade de precisar o lugar onde caíram os escombros devido à extensa dimensão da área.
"Não sabemos onde foi exatamente o ponto de reingresso. Provavelmente nunca saberemos", admitiu Nick Johnson, principal cientista da Nasa no programa para o manejo de lixo espacial.
"Não vi relatórios críveis que haja pessoas que recuperaram restos, mas estaremos atentos e se recebermos algum relatório, trataremos de verificá-lo", acrescentou Johnson.
O cientista lembrou que "não se trata de uma situação única", já que a Nasa registra aproximadamente uma vez por ano o reingresso à Terra de lixo espacial do tamanho dos componentes de um satélite.
Perante a falta de dados claros, Johnson disse que a Nasa não descarta que alguns pedaços do UARS tenham caído em algum lugar do noroeste da América do Norte, inclusive no estado de Washington.
Na noite da sexta-feira, a agência espacial americana tinha indicado que partes do satélite passariam sobre o Canadá e a África, assim como sobre vastas áreas dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
Segundo as autoridades, esta é a primeira queda "não-controlada" de um satélite desde 1979, quando tanto a estação espacial Skylab, de 70 toneladas, como o satélite Pegasus 2, de 10, caíram na Terra.
Em 2001, a estação espacial russa Mir, de 135 toneladas, atravessou a atmosfera direto para o Pacífico, mas de forma completamente controlada.
A probabilidade que algum dos restos do UARS pudesse atingir uma pessoa era de uma entre 3.200. Mesmo assim, a Nasa tinha recorreu ao Twitter para compartilhar breves dados sobre a situação do satélite, destacando que os Estados Unidos estavam salvos de seu impacto.
Os cientistas calculavam que o satélite se desintegraria em uma enorme bola de fogo ao entrar na atmosfera, mas 26 grandes peças - compostas de aço inoxidável, titânio e berílio - podiam suportar as altas temperaturas do reingresso.
Embora a Nasa tenha esclarecido que o satélite, propriedade do Governo dos EUA, não continha materiais considerados perigosos, as pessoas foram aconselhadas a não tocar em seus pedaços.
Por outro lado, a Nasa garante que, desde o começo da era espacial, não foi confirmado nenhum caso no qual uma pessoa tenha sido ferida por um objeto espacial durante a manobra de reingresso na atmosfera.
Fonte: Uol Notícias.
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