CE - CHUVAS SEGUEM TENDÊNCIA DE ESCASSEZ NO ESTADO

Foto: Cogerh/DN

Iguatu. O quadro de redução das chuvas no Ceará deve permanecer pelo menos nos próximos dois dias. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou, entre as 7h de segunda-feira e as 7h de ontem, chuvas de reduzida pluviometria em apenas 10 municípios. As três maiores foram em Ererê (36mm), Milhã (32mm) e Potiretama (26mm).
Segundo David Ferran, meteorologista da Funceme, o motivo é a presença de fenômeno meteorológico Cavado de Altos Níveis (CAN), sistema de baixa pressão atmosférica próximo ao Ceará e com posicionamento desfavorável para a formação de nebulosidade sobre o Estado. "Esse sistema afastou a Zona de Convergência Intertropical, impedindo as nuvens de chuva", explicou. "A nossa expectativa é que o quadro atual deve permanecer por pelo menos dois dias e, a partir de sexta-feira, as chuvas voltem a banhar o Estado".

A Funceme prevê para hoje (19) possibilidade de chuva isolada no Sul do Estado e, nas demais áreas, céu parcialmente nublado a claro. Para amanhã, há possibilidade de precipitações localizadas no Noroeste e no Sul do Ceará, com tempo parcialmente nublado nas demais regiões. "Abril é um mês de chuva no sertão. É comum durante a quadra termos dias oscilando entre secos e chuvosos".
Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), ontem, houve aporte de 7,35 mi m³ em 56 açudes, destacando-se Acarape do Meio, Angicos, Araras, Ayres de Sousa, Banabuiú, Castanhão, Caxitoré, Edson Queiroz, Frios, General Sampaio, Jaburu I, Pentecoste e Taquara. Em decorrência dos últimos aportes, o açude Quixabinha deixou a classificação de volume morto e a barragem de Quixeramobim não se configura mais como seca.
O Ceará acumula, nos 153 açudes monitorados pela Cogerh, 12,23% da capacidade. Há 17 açudes secos e 40 em volume morto. 11 estão sangrando: Acaraú Mirim (Massapê), Caldeirões (Saboeiro), Cauhipe (Caucaia), Itaúna (Granja), Maranguapinho e Itapebussu (Maranguape), São Pedro Timbaúba (Miraíma), Tucunduba (Senador Sá), Valério (Altaneira), Gameleira e Quandu (Itapipoca).
Preocupação
A diretora de operações da Cogerh, Débora Rios, mostrou, ontem, em reunião em Iguatu, entre participantes dos comitês dos Vales Salgado, Jaguaribe e Banabuiú, preocupação com o reduzido nível dos açudes na atual quadra chuvosa, que se aproxima do fim: "A Região Metropolitana acumula apenas 40% de sua capacidade. Chove muito em Fortaleza, mas lá não há açudes".
Os participantes voltaram a protestar contra a abertura de válvula para liberação de água, mesmo em quantidade reduzida, no Orós e Castanhão, que acumulam respectivamente 10,8% e 5,9%. Novamente, os comitês aprovaram índices diferentes da proposta da Cogerh. A vazão do Orós será reduzida de 3m³/s para 2m³/s e o Castanhão de 6m³/s para 5m³/s.
Na reunião, foi encaminhada moção de repúdio pela não conclusão das obras de transposição das águas do Rio São Francisco do Eixo-Norte. O abaixoassinado será encaminhado ao presidente Michel Temer e ao ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho. Há quase um ano os trabalhos estão paralisados. "Nos preocupamos a possibilidade de mais um ano de reduzida chuva em 2018", frisou Paulo Landim, do Comitê da Sub-Bacia do Alto Jaguaribe.
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Fonte: Diário do Nordeste