Foto: Divulgação/Jangadeiro |
O senador Eunício Oliveira (PMDB), já ensaia um discurso de oposição ao governador Cid Gomes, do Pros, e busca, a partir de agora, se diferenciar do governador ao qual apoiou durante mais de 7 anos. Durante encontro regional do PMDB neste sábado (10/05), em Crateús, Eunício contestou a informação de que não haveria dívidas entre ele e Cid, minimizou a participação do PMDB no Governo do Estado, e defendeu, ainda, que uma só cidade não pode querer mandar no País.
“Essa eleição não vai ser decidida por alguns que acham que só uma cidade pode mandar no Brasil; nem por aqueles que acham que meia dúzia de pessoas pode impor as coisas para uma população de 8 milhões de cearenses, sendo 6 milhões e 300 mil eleitores.
O voto é um processo de conquistas e escolhas”, afirmou, sem citar nomes ou exemplos, durante entrevista coletiva para diversos meios de comunicação de todo o estado.
Eunício também minimizou a participação do PMDB no governo Cid Gomes, afirmando que o partido ocupava “apenas” quatro espaços e que, nesse período, segundo ele, a legenda não teria sido convidada a debater com o governo os problemas do estado. Ele fez questão, ainda, de ressaltar diferenças entre ele e Cid Gomes.
Diferenças
“Eu não tenho projeto pronto e acabado dentro de gabinete. Meu estilo é diferente, eu gosto de rua, eu gosto de pessoas. O governador Cid Gomes tem uma formação diferente da minha. Ele é engenheiro. Ele acha que fazer um prédio de 20 andares e equipar esse prédio é algo resolvido. Eu acho diferente: eu acho que aquele prédio é essencial, mas a minha formação é humanista. Ciências humanas gosta de povo, gosta de gente”. Eunício é formado em ciências políticas e administração de empresas.
Em outro trecho da entrevista, sem fazer comparações explícitas, ele ressaltou o fato de nunca ter mudado de partido. Ao contrário de Cid e os irmãos Ferreira Gomes, que já passaram por PSDB, PMDB, PPS, PSB e atualmente estão no recém-criado Prós. “Estou há 43 anos no PMDB. E foi por nunca ter mudado de partido, que eu fui para as ruas, lutar pela democracia”, afirmou, sem acrescentar detalhes.
O pré-candidato do PMDB reafirmou que seu partido terá candidato próprio ao Governo do Estado – eliminado qualquer possibilidade de desistência. E afirmou não ter medo de enfrentar a estrutura da máquina pública na campanha eleitoral. “Se alguém usar os equipamentos públicos sem decência, para fazer política, eu vou ser o primeiro a denunciar”, avisou.
Relação com o Pros
Eunício apareceu com ares de candidato no encontro regional do PMDB. Chegou a exibir uma camisa verde, com o número 15 nas costas, sob o nome do jogador: “Eunício”. Segundo ele, o gesto indicativo da falta de acordo com o Pros é o não reconhecimento, por parte de Cid, do prazo de até 30 de abril – dado para que o governador anunciasse um posicionamento.
“Eu aguardava serenamente até o dia 30 de abril. Não havendo uma resposta até essa data, eu entenderia como uma negativa. Eu aguardei até o dia 30. A resposta não aconteceu e os meus companheiros de partido tomaram a inciativa de fazer uma carta pessoal de agradecimento ao governador e anunciar a saída do governo. Então, o PMDB não rompeu”.
“Reciprocidade” foi a palavra usada por Eunício para explicar porque esperava apoio de Cid Gomes à sua candidatura ao governo. Neste trecho, ele chegou a admitir que apoiou a candidatura do então deputado Roberto Cláudio, para a Prefeitura de Fortaleza, mesmo sem conhecer RC. “Me pediram pra apoiar o Roberto Cláudio, eu não conhecia ele, mas apoiei.Chegou 2014, ele (Cid) não pode ser candidato, a família não pode, ninguém pode, então eu fui lá, como aliado e pedi reciprocidade. Quem vai pedir reciprocidade, é porque tem algum tipo de crédito”.
Fonte: Tribuna do Ceará (Jangadeiro)
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